quarta-feira, 20 de abril de 2011

insónia vii

defendo a tua noite
(a boca a língua)
junto trago o mapa
sentimental da longa cordilheira
enquanto inesperada és tolhida
pela onda de calor dormindo.

súbito pela madrugada
o frio e o roubo desta mortalha
e o meu corpo deixado ao orvalho

(sei que no inverno estamos
menos mortos que vivos e no verão
sabe melhor o deserto de nenhum
corpo a cama por se espraiar)

até que a mão encontra a mão
o pé outro pé
(a boca a língua)


(versão original aqui)

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