terça-feira, 8 de junho de 2010

insónia vii

de caneta em punho
defendo a tua noite
(a boca a língua)
junto à minha
trago o mapa sentimental
da longa cordilheira
tolhida pela onda inesperada
de calor dormindo neste quarto.

não levo a mal o teu roubo
de robin dos bosques, deixando-me
já quando o sono me tomou,
ao frio da madrugada
cobrindo-te por completa
na mortalha desta cama.

sei que no inverno estamos
menos mortos que vivos e no
verão sabe melhor o deserto
de nenhum corpo, a cama
para se espraiar

até que a mão encontra a mão
o pé outro pé
(a boca a língua)
a caneta perdida
a noite conquistada.

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