terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O cravo sobre a mesa

o cravo sobre a mesa e a mão
deixada livre caída
por onde arou o frio 
a sua escrita de gelo
os nódulos oscularam a madeira
pela tua presença
são escaras rubras tornando inútil
a carícia 

o cravo livre e rubro sobre a mão
estendida ao longo da mesa
quando a voz falha o coração
ramo de oliveira
sangue vertido como azeite
aceitando no cálice as acusações

cravo de um outro
abril de uma outra páscoa
e o anel na palma
como uma pergunta
frente à cadeira vazia

2 comentários:

Maju disse...

Cheguei aqui por acaso, e o pouco que li gostei bastante.
Vou acompanhar sua poesia.

fernando machado silva disse...

muito obrigado Maju. um abraço