segunda-feira, 5 de julho de 2021

mãos para erguer a semente crescida

até surgir o rosto
no espelho farto de cãs
estás suspenso no presente contínuo
e vida e morte falam
a sua língua surda de mel e ferro

menos por soberba que terror
adias a ruína com água fresca
na concha das mãos incapazes
de mentir         no outono
estarão prontas para erguer
a semente crescida

um pouco mais para junto do sol
um pouco mais certa a aproximação
da velhice

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