terça-feira, 13 de julho de 2021

intimação

por vezes uma palavra reflete
a imagem do meu dever         horrorizado
entro num quarto frio
deixando de fora o amor
a criança o mundo

como um livro de biblioteca solicita um olho
que se recusa a vê-lo
bates à porta e ninguém responde

ao cimo das escadas
há um anjo de punhos erguidos
na sua língua inimitável
intima o coração
deixa de procrastinar

sentada na cama        a parede
escuta o teu choro
branco
quase sereno como a desistência
junto a ti concedo
começo a trepar

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