na sua pronta potência
numa calma cega
muda
semente no escuro da terra
abrindo-se ao ouro de água fria
e ao olho na sua posse futura
frente ao rio lento
que do fundo do lodo se cortou
de verdes colunas e volúpia
de nenúfares
inebrio-me com o ar enobrecido
pelas lágrimas dos algodoeiros
reconheço o poema a vida
vindos de muito longe
para outro tempo após
a minha morte
na mesma exuberância
magnificência de baleia
e sua profunda inspiração
para o profundo mergulho
até que a linha cantante me vem
à boca dos dedos
e conduz a valsa do instante
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