quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Da tristeza e do amor do mar de Julho (cont.)

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sou um filho da criação
e em três movimentos
aprendo a deslizar por sobre
a espuma de um mar que se azuleia
à medida que as nuvens se fendem
e se abrem ao sol          descalço
caminho pelas falésias de calcário
mergulho os olhos no horizonte
deixo tudo entrar em mim
do fundo desse silêncio que tudo diz

de regresso com a noite
essa gente incapaz de cerrar a boca
dá-me sonhos de eremita

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