uma árvore que pelo vento foi
quebrada como a tua vontade
anos antes por palavras
ébrias de frustração e equívoco
numa noite que parecia não ter fim
como um olhar num espelho prisioneiro
do reflexo de um outro espelho noutro
aí estava um elogio ao tempo erigida
lembrando aos fortes
que a resistência está na maleabilidade
houve quem decidisse que a sua presença desfeava
o bucolismo dos futuros veraneantes
levaram-na e as ervas crescidas
esconderam os últimos traços
quando por lá passo o olhar
prende-se ao vazio que outrora dava frutos
e adocicava o ar como a sua voz
e as mãos reconfortando a criança
após a terrível queda que provocou
uma e outra agora
são revisitadas pela memória
as dores arquivadas para poemas e
conversas noutras noites sem fim
entro assim adentro no reino
vegetal
perdoo sem esquecer
agradecendo com a flor dos olhos
com amor sombra e o abrigo
do peito quando a si
a noite parece a última
Bad Meinberg
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