não foi nenhum lobo senão o homem
lobo do homem interior a si e de cada
um que nos levou por trilhos inóspitos
cardos silvas a agudeza de pedras
o gelo que seca e abre frieiras
caminhávamos
era essa a ilusão
na mesma via
e mal víamos a circum-navegação
num fundo lodoso
deprimida casa de não-ser
abrimos por força os olhos e
lançámo-nos para o fim
do mundo para desvelar
quanta bondade
e beleza ainda há em nós
hoje a cada encontro por caminhos
de florestas que nos retornam um ao outro
despimo-nos para chorar
e
vestimo-nos para nos despedir
e refazer
de cada solidão
o amor
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