a cabeça na pedra bate as memórias. procura libertar o que causa dor. o que fulmina e abrasa. porque há um fogo armazenado. é por ele que as sombras dançam e distorcem o que quer ser dito. isso começa porque quer o encontro da voz e da luz, do claro-escuro que o pensamento recupera de um fogo manso, indolente. isso começa com um lume que torna as areias vidro, a escrita negra, a página cinza e a língua viva. o fogo arde e derrete os restos nesses arroios que um eu habita. faz correr um rio de brasas. a mão queimada tem na palma o molde do que virá ser a sua mão nela.
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