se ainda em ti o amor procura o outro, escuta: tudo é outro, em nada diferente de ti. se ainda a atenção não saiu da sua dormência, escuta: amor é atenção ao outro. o outro tem todas as formas e não te pede que a ele, qualquer que seja, te assemelhes. o outro não tem rosto e sempre procuraste o teu aí. a fuga ao medo e a soberba partiram a pedra, derrubaram a árvore, cercaram a besta, exilaram o irmão, escravizaram o próximo lá longe na terra que apropriaste. de tudo te escusaste. tinhas o pensamento para cuidar da geração futura. tudo por amor, afinal, podes dizer. e quando estavas só e as horas passavam longas o vazio que te rondava o coração, como uma alcateia o veado ferido, encheu o mundo. foi o vazio, a tua herança.
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