segunda-feira, 18 de abril de 2022

notas sobre o assentar das areias (cont.)

tu portas a culpa e tens de dar resposta ao que vem, um pouco mais que o vazio herdado que as formas luxuosas legam para partilhar com tudo o que é vivo. enquanto não mudam a tua vida portarás a culpa e deixá-la-ás para o teu próximo, o teu filho. a carta sempre esteve à vista. não esperes a estação. o tempo é sempre agora. demasiados restos, demasiadas linhas a serem cosidas, demasiados gritos na comida à tua frente. e ainda a desculpa para te fazeres surdo: a cultura, a evolução, a proeminência do humano. avança tu por esse caminho. eu vou por outro. eu quero pôr uma pedra, erigir uma morada.

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