segunda-feira, 11 de abril de 2022

notas sobre o assentar das areias (cont.)

demora-te, pousa o olhar livre do peso do julgamento com que te ensinam a acolher. pousa-o com mansidão, respondendo à leveza com que as coisas te olham. tudo te apreende com a única solicitação que permite a convivência das respirações. aproxima-te somente se notares o convite: um trinado, um meneio de cabeça, um olhar determinado a especar curioso, um passo, o canto de uma voz, uma cor e a sua textura, por exemplo. demora-te com o olhar preso no detalhe na mais comum das belezas, a comunidade que se nomeia areia, em tudo não diferente da tua.

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