domingo, 10 de abril de 2022

notas sobre o assentar das areias (cont.)

se atentas, todo tu, ela revela-te o óbvio, a infinita beleza das coisas. esquece os tomos do belo e do bom. a beleza tem o seu fundo na sensação obscura de se estar vivo sem porquê e numa abertura ao toque, na permissão de ser(-se) tocado. nem é preciso um eu para que ela te tome junto a si. a beleza não pertence ao teu reino. tudo o que está vivo é parte e está aberto. demora-te. dá a tua atenção, não de empréstimo, mas como o último suspiro a prender-se ao fio de uma vida.

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