multipliquem-se
os meios progrida-se na tecnologia
e
na velocidade da presença à distância
a
comunicação permanece uma ilusão
perante
a colisão de vidas egoístas calando
e
envergonhando o amor com línguas de pedra
repara
como de um umbigo se expande um território
pleno
de desejos sonhos experiências marcas
perfazendo
uma história a que chamam vida
e
em torno dela há quem erga muralhas postos fronteiriços
com
seus vigias guardas juízes executores para a defender
mas
considera isto porém o amor é o encontro em terra
de
ninguém de vidas nuas e abertas à mudança
e
mesmo se a paixão for intensa não se permita a batalha sangrenta
tenha-se
a coragem de abolir a submissão não sejamos nunca
desertores
vencedores ou vencidos morramos ou sigamos vivos
assim
ia pensando à medida que a leve obscuridade nocturna declinava
entrando
pelo duplo vidro a luz diurna do Outono em Agosto
os
olhos transidos presos na alvura da parede onde ela se reflectia
iluminando
a sua perspectiva amolecendo as palavras sossegando o coração
até rumorejarem ao ritmo da chuva lá fora e adormecer de
cansaço
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