domingo, 24 de agosto de 2014

In Jannowitzbrücke verloren

uma das virtudes esquecidas pela história
da humanidade encerra-se no teu rosto
quando o sorriso envergonhado com a tua mão
se esconde e o marfim dos dentes fosse então a fonte
da qual só o nómada pudesse afogar a sua sede

dobras as sobrancelhas em dúvida ou inquirição
e o amendoado dos teus olhos se arqueia em ponte
onde eu seguindo caminho atravesso quase esgotado
apenas para me continuar a perder
(acreditarias se te dissesse tens vantagem sobre Berlim

comparando as vezes onde em ambas me perdi)
por onde vais nunca perdes o norte desde criança
és a tua própria rosa dos ventos ou estrela da manhã
perceberás alguma vez a ventura de quem não tem fio
e simultaneamente é Teseu e Minotauro e tu o seu Dédalo

sigo atravesso as pontes desde essa sobre o Landwehrkanal
em que os nossos nomes se encontram encadeados
até à de Jannowitz onde o sol se põe em frente
desse bar e praia improvisada sobre o Spree
sei o percurso construo por cima desta cidade

um outro mapa de sons barulhos cheiros
e todo eu sou a bicicleta e entre os pés e o coração
se estende a corrente que matraqueia uma estranha
música de inusitado ritmo brotado de entre os dois
sim em Jannowitzbrücke estou perdido preso no teu perfil

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