domingo, 29 de junho de 2014

o sangue destas folhas não se deixa lavar
pela chuva do verão de Junho. solicitam
de ti ao invés o toque sereno do olhar ou
a sensualidade e sensatez do jardineiro

que nunca foste. desconheces o nome
dessa árvore cujos frutos rubros e carnudos
a tornam a mais humana à excepção do corpo
torcido da oliveira. porém diversamente desta
não porta os símbolos de paz prata ou nó corrediço

quantas vezes se ergue plantada na sua solidão
uma sóbria paixão da natureza
mas sem fausto feerismos florais
essa árvore és tu disso te convences
quando num dia como o de hoje
o coração se arrasta pelo chão

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