sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pequenas horas






Vazia, ecoo à menor passada,
Museu sem estátuas, digno com pilares, pórticos, rotundas.
No meu pátio uma fonte salta e afunda-se em si mesma,
De coração de freira e cega para o mundo. Lírios de mármore
Exalam a sua palidez como perfume.

Imagino-me com um vasto público,
Mãe de uma branca Nike e de vários cegos Apolos.
Ao invés, os mortos magoam-me com atenções e nada pode acontecer.
A lua põe uma mão sobre a minha testa,
Rosto neutro e mamã como uma enfermeira.

in Sylvia Plath, Crossing the water - transitional poems

3 comentários:

Anónimo disse...

Amo essa mulher.

fernando machado silva disse...

sim, foi uma grande mulher e deixou-nos "belos e malditos" poemas. tem sido um verdadeiro gozo traduzi-los lentamente.

Anónimo disse...

[a versão da nina fica vagando no meu iPod, aquela música é tão boa de ser recebida como as letras da sylvia]