sábado, 25 de junho de 2011

mais um dia

vejo-te sentada
mãos na mesa
abrindo ruas de
poeira cumulada ao tempo.
vagueias o ócio
(olhos pequenas coisas
duram a eternidade)
compões um tanto haver
listas de adiados desejos
(gavetas estantes recortes
para colagens
cuecas meias camisolas)
talvez por engano
uma vida se misture
(decisões decisões
outro dia qualquer outro dia
quem precisa)
na cama indecisa e desfeita
e um cão rouba-te um sorriso
(tão longo tão curto
nem sequer um dia
qualquer coisa passada
qualquer dia pequena coisa
para a eternidade passando por ti)
e já ele se foi juntar a todas as horas.

na cama os meus braços em redor
as tuas lágrimas salvas
à eternidade e mais um dia.

(versão original aqui)

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