o disseram
(muralha de papel terra
de pó onde os dedos
mergulham)
não te vão salvar muitomenos o mundo. povoas
a vida e sua tessitura feita
de sonhos esboços
(escreve escreve
cifra um mundo)
futuro negado ao tempoa ti furtado. o dia
descoberto pelas pequenas
(tu por exemplo tu
a cicatriz aluada sob o olho
tu a ruga ao canto
da boca e tu de novo)
coisas e mergulhas nelas fascinadosabendo da derrotada língua
rangendo na pobreza dos teus poemas
(jazerás na fronteira anónimo
onde nunca teu nome
na muralha de papel terra
etc.)
e entre ti e as coisasos outros um outro
poema se escreve
(entre ti e as coisas)
escapando mal o tentas dizer.tornas por fim o teu rosto
para o dela e nenhuma
terceira derrota te assalta.
(recomeça)
tudo é possível de novo.(versão original aqui)
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