sábado, 26 de fevereiro de 2011

um ano depois, a morte. Jonas



um ano foi o tempo que levou
a chegar a tua morte pela boca
de uma amiga. um ano. tantas
bocas pelo meio de doçura
azedume, rancor até alcançar
a minha e ser, a proferir:
o Jonas morreu.
pendido, erecto, uma pequena morte
tão despercebida e orgásmica, após
um ano eu digo: Jonas não quero
crer, da morte de todos
que a todos chega, dizer
Jonas, a quem todos os homens
que amaste te mal amavam
maldiziam, socavam, cuspiam
Jonas que me disseste dos meus olhos
serem belos e brilhantes e do amor
só uma amizade de poucos
nadas mas chega a doer
pela minha boca: o Jonas morreu,
um ano depois. que vergonha
a minha, só um ano
depois ver aqui escrito e tornar
público os teus pés num balançar
de roda dos ventos. adeus.

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