sexta-feira, 28 de maio de 2010

é o que tenho tentado fazer

" (...) aquele que escreve, sempre à mão, mesmo quando se serve de máquinas, estende a mão como um cego para lograr tocar aquele ou aquela a quem poderia agradecer pelo dom de uma língua, pelas próprias palavras nas quais se diz pronto a dar graças. A pedir graça também.
Enquanto que, mais prudentemente, a outra mão procura uma outra mão de cego, para proteger da queda, de uma queda prematura, a cabeça em primeiro lugar, numa palavra, da precipitação. De há muito que digo que escrevemos manuscritos para duas mãos. E digitalizo como um louco".

Jacques Derrida, O Monolinguismo do Outro ou a prótese de Origem, Porto, Campo das Letras, trad. Fernanda Bernardo, 2001: 97

Sem comentários: