domingo, 1 de março de 2009

encontrados nos meus velhos cadernos em mais velhos caixotes

é só uma curiosidade. poemas que, embora não os ache bons, ainda lhes acho alguma piada, escritos entre 99, 2002 e 2004.


a minha primeira colagem a partir de um dicionário com expressões em latim

mollitur mare
molle adque facetum
monde marche
mostrum horrendum
informe
ingens
mors ultima ratio
morienti die
monde marcha more majorum
motu proprio mater dolorosa
mortis en solation
materiam superbat opus
nihil du occultum
nihil obstat
nisi utile est quod facimus
nesvio vos
nunc est bibendum
nutris et extinguo
nihil noblesse oblige
de profundis
de te fabula narratus
deus, ecce deus
dubitando ad veritatem pervenemus
deus vobiscum morto

(agora a tradução literal de cada expressão)

o mar acalma-se
suave e gracioso
o mundo marcha
um monstro horrendo
informe
ingente
a morte é a razão final de todas as coisas
ao declinar do dia
o mundo marcha segundo o costume dos antigos
por impulso próprio mãe Dolorosa
eis a consolação da morte
o trabalho excedia a matéria
nada se conserva oculto por muito tempo
nada obsta
se o que fazemos não é útil
desconhece-vos
chegou a ocasião de beber
eu o sustento e o extingo
a nobreza não obriga a nada
das profundezas
é de ti que trata esta história
Ó deus, eis o deus
duvidando chegamos à verdade
deus seja convosco morto


(pequenas magias 99)

I
ser fustigado com aniz
depois ser benzido com a flor de lis

II
cabeça a dormir descoberta
corpo deitado por descobrir

III
viram a noite
ela passou por aqui
passou e eu dormi


(primeira confissão 02)

eu sou a pessoa que eu próprio penso que sou
eu não sou a pessoa que eu próprio penso que sou
eu por vezes sou a pessoa que eu próprio penso que sou
eu realmente sou a pessoa que eu próprio penso que sou
eu penso que eu sou eu próprio
eu não penso que sou pessoa
eu sou a pessoa que os outros pensam que sou
eu não sou a pessoa que os outros pensam que sou
eu às vezes sou a pessoa que os outros pensam que sou
eu realmente sou uma pessoa que os outros não pensam
eu penso que seja a pessoa que os outros pensam que sou
eu não sou a pessoa que os outros pensam que sou
eu realmente sou eu
eu não sou eu
eu por vezes sou eu
eu por vezes sou uma pessoa que pensa
eu por vezes sou uma pessoa que pensa nos outros
eu por vezes sou uma pessoa que pensa em si própria
eu por vezes sou a pessoa que eu próprio penso que não sou
eu sou uma pessoa que é parte do que sou
eu por vezes não penso sete
eu por vezes sou as pessoas que pensam que eu sou
eu por vezes sou a pessoa que os outros pensam que talvez seja
eu por vezes sou a pessoa que os outros não querem que eu seja
eu por vezes sou simplesmente
eu por vezes sou sempre qualquer pessoa
eu por vezes não sou eu
etc.
eu por vezes quero dormir
como agora


(o meu primeiro e único haiku e saiu em inglês, este de 04)

swiftts turn into bats
they scream for insects and wind
the sun calls the moon

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