entrega-me ao estupor
como um carneiro à imolação
de olhar imerso em boçalidade
reservo-me à escuridão e aos seus segredos
pardais bebendo das poças a respiração calma
do meu filho junto ao meu peito
o jogo de luz e sombra
por entre as tílias o inapreendido e
privado que a vida ainda consente
na sua resistência
instantes que redimem
e consolam
desviam do precipício o passo
e o olhar
solicitam que me erga
contra a bruta e estúpida tristeza
mas ouço quem diga
é já pouco
o que te sobra
vem aí a noite
dou-te uma faca
para o sorriso
e para o riso uma voz
que não aceda
a falsidade
talvez da ruína se possa estender
uma ponte que te traga ao meu coração
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