toda a beleza deve morrer
não conheceu o horror de uma pele
intocada pelo tempo nunca andou
descalço sobre gravilha ao rubro
ou provou o baque da pedra
agreste de um beijo roubado
não foi o peixe apanhado pelo canto
do olho surpreso pelo que persiste
quem disse toda a beleza deve morrer
deceparia as mãos
do meu filho
de três anos
não deixaria entrar o vento pelos cabelos
não veria a primeira aurora de um coração
partido não veria não de todo o retorno
de vida onde jamais dela se espera
ou o brilho de bonança num rosto
devastado por lágrimas
quem disse toda a beleza
deve morrer
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