quinta-feira, 20 de outubro de 2022

calava-me junto às águas e a erva
acendia os teus dedos cegos às carícias
o emaranhar doce no cabelo
ou no pêlo dos animais ciosos dos teus passos

apontava a pedra que abre
o ricto onde o orvalho guarda a sua memória
a árvore descarnada que dança ao canto
do rouxinol
ela embala aquele que dorme
no sossego do inverno branco

cada gesto é a descoberta da raíz
das coisas os nomes que emprestam
o sentido que entra pelas tuas mãos

saber é a aventura tacteante
comigo dentro da tua sombra

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