sábado, 3 de julho de 2021

papoila

escrevo a luz que a escava
o mistério que se derrama
na sua floração de
vermelho negro e sonho
a terra escura foi a sua morada
aí me deitei muitas vezes intrigado
com a caruma abrasada
erguida para a exposição
num tímido fausto carnal
como uma agulha na veia abrindo a via
para ampolas se enrubescerem         as papoilas
deliram os campos cheios de espigas
ternos corações que amolecem
os espinhos do dia

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