de areia seca e o cansaço de melancólicas
árvores embaladas pelo vento seduzem
o fogo e a mão que o traz como o espelho
ao nariz do moribundo virgens prometidas
ao mártir abre-se o passo para a antecâmara
de searas cantadas por cigarras
e um verão
à beira de lagos verdes
os pés em lodo antigo
onde grassa a morte
junto ao canavial
fala-se do que virá deixando a esperança
adormecer a cabeça escura
o mundo vem à tua mão
assim erguida deusa telúrica
primitiva
bela com uma vida orgulhosa no útero lacustre
eu venho à tua mão de olhos
abertos e chamas nas minhas costas
adormecemos e acordamos e ainda cantam
as cigarras ainda se respira
(ainda se pode)
e tudo o que é grave
suspende a sua ruminação do medo
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