pássaros caminham sobre a neve ao partir
deixam leves marcas na poeira branca
há nesses passos perdidos
a própria vida
dançante impedido de prosseguir
olho o trilho até o silêncio se instalar
e a carne se queimar pelo gelo
de longe na tua núvem de sopro
chegas com a beleza enraízada
no teu estômago uma semente de sésamo
uma lentilha qualquer
coisa indefinida como um anjo
preciosa que avança como a luz
de um farol por sobre as vagas
de uma longa noite sei-me salvo
prometido à remissão
acompanharei até meio esperando
que a mim nos meus últimos passos
não me abandone
ou a ti
cairá fatalmente a neve
todas essas marcas cessarão de ser
sob o seu peso ou o calor
não há razão para a comparação
na relevância das criaturas
mas isto peço-te leva a peito
ahimsa paramo dharma
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