1
ela vai sempre adiante
abre o caminho a passo de desejo
e curiosidade a cada volta
o mesmo é novo porque há
a miríade do outro
como se eu fôra cego
abriu-me os olhos ao rato
esquivo que joga às escondidas
a toupeira cega pequena Dédalo
cujas patas são mãos e dá
vontade de cumprimentar num aperto
afável o esquilo onda de fogo
vermelho que abrasa a vista
o coelho medroso célere fodilhão
produtor de chocapic natural
que aprecia o veado de nádegas brancas
em saltos elásticos
como molas de
carne e pelugem à procura de deus
o javali que lhe enche o coração
e os sonhos de uma caça infinita
se a soltasse por instantes
desta corda que a mim me prende
a ela vê-la-ia de arpão em baleeiro batel
e para rimar chamar-me-ia Ismael
Sem comentários:
Enviar um comentário