6 (1:24-1:31)
imbuído de ânimo
abres caminho até ao corpo
ainda molemente adormecido
o calor que emana e os cheiros que exala
entregue assim na sua nudez
erigem em ti a bússola do desejo
fingindo dormir recebe-te
com água e fogo
segurando-te pela raiz
lavra os lábios como um arado
até uma flébil fonte deixar correr o seu fio
amolece uma pérola justo uma vogal
se formar nas duas bocas
e no sulco leva a raiz ao fundo
e dança e poesia suspendem a sexta hora
as cadelas suspiram ansiosas
a salamandra apaga-se a noite despede-se
a luz vem da estrela que adoramos
e a coreografia cessa entre suor e ofegar
ela parte nas pontas dos pés depois de
beijar os animais que nos (a)guardam
e enrolando o cabelo num nó
deixa-nos para penetrar nas águas do dia
preparas comida e líquidos vegetais
diante de ti um caderno de par em par
oferece as suas páginas brancas
(sem pauta é certo escrever torto)
fechas os olhos e deixas o mundo
destas seis horas soçobrar a tua mão
Sem comentários:
Enviar um comentário