da primeira geada e as folhas acobreadas
pela secura do verão ela cantava
uma melodia para se manter ausente
da ebulição do mundo
interior ela esperava junto à janela
com a mão num aceno congelado pelo vidro
lá fora a neblina elevava-se sobre as águas
cobriu-lhe o rosto como uma máscara
esquecida do jogo nupcial
que assemelha a dor e o prazer
ela virava-se para a lado da parede
de olhos expectantes no escuro
sem melodia
que a evadisse como gansos
a pesar a decisão
de partir ou esperar
o equinócio
do frio
dos gritos que ele não escuta
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