e as pedras suspiraram
no seu abandono
levantei o olhar para a lua
que prescindiu a reflexão
errei assim
pelas palavras caídas de um astro
ao longo das inclinações com a soberba
subida aos lábios o retinir
dos sinos fremindo a água
dispersou a atenção sonhadora da criança
fez-se-me surda a boca à vontade
fui chamado
para falar submeter
o desígnio
das coisas à adivinhação dos dedos
só ele escuta a língua
que falas com a sede de uma terra estiada
com cuidado plantando a novidade
no mundo a cada vez iterada
também ele um dia será
chamado e a custo
a língua lhe pedirá que conheça
o abandono
da pedra
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