terça-feira, 7 de março de 2023

que ninguém diga que não

que ninguém diga que não
segui as leis
do coração         (que dizes)
do sangue quente         disso que leva
ao abraço da manhã
quando ainda a geada estrangula
a aproximação das coisas
e tu e ele e eu         ninguém
diga que não é possível
o entendimento entre ramos e vento
respiração a três
respiração e escrita
a chorar pela janela
e deixa a memória do rasto

que ninguém diga que não segui
o que não era
esperado
havia sempre uma voz         (que dizes)
a indicar o mais
recôndito obscuro
o que levaria
longe
decisão e culpa (que te projecta
quando em vez montanha abaixo) 
           até ti ele 
                         este poema

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