para o sangue me correr
às mãos é de muito longe
é de muito longe e de nenhures
um rumor gelado que escuto
tens de percorrer muito o longe
para cortar o escuro e desfazer o nó
chegar onde estou só desde a infância
vem pelo caminho da geada e neve de espelho
sob o passo como sobre o peito
o silêncio de margem a margem
é de muito longe
a solidão urso acorrentado
que cada estocada põe no alvo
mais que a fala o correr do sangue
é de muito longe e de nenhures
um rumor gelado que escuto
Sem comentários:
Enviar um comentário