andar perdido em busca de uma morada que só pode ser erigida quando tu a ti te encontrares. para isso existir – e existiu para ti – terá de haver a desolação do exílio. para que te percas na deambulação do deserto que te pode engolir deves, primeiro, aprender a escassez, a rareza das coisas, das palavras, do teu próprio pensamento; porque ele, sim, é raro, como a comunicação e o entendimento, como o encontro de dois corações. digamos, sobre os escombros do humanismo, que o exílio é a antecâmara ou a escavação para o fundamento – que só pode ser realizado sobre a destruição de qualquer outra coisa prévia, por mais pequena que seja essa destruição, por fogo, por corte, por excesso, por frugalidade – da morada. aí, entregas-te ao exercício de se ser animal humano e a grande responsabilidade de o ser.
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