quando te respondiam davam-te pedras, frutos viperinos que te adoeciam por dias. querias saber porque te indicavam o deserto em vez de um lugar à mesa, à sombra de uma árvore ou junto ao lume, mesmo se breve, por que se preveniam da partilha. buscavas os seus rostos e os seus olhares estavam cheios de ruídos. não era o abandono que te ofereciam, não o podiam oferecer. estavam surdos de seus monólogos de comiseração. abandonados a si, nem sequer apreendiam a tua presença. eu vi a comunidade de exilados a percorrer as cidades e as areias do deserto a entrarem nas suas casas, a escorrer de cada aperto de mão. e rosas de sílica dos olhos nos teatros da despedida.
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