amanhece. chega a aurora com os seus dedos róseos. estende as suas asas, como uma vez disse o cego. nessa parede, podes pôr a cabeça convidando o dia. entre nascente e poente. junto a essa parede, frágil como uma ruína que se ergue pela primeira vez, saída da ausência, fragmento pleno pelo coração das coisas. o bastante para pôr a cabeça, cessar a incomensurabilidade. acolher, recolher, parar, reparar, reparar. pôr a cabeça na ordem do labirinto, o caos na linha que se escreve. pôr a cabeça junto às coisas, ao coração das coisas. adormecer nos dedos róseos da aurora.
Sem comentários:
Enviar um comentário