de pai que terá de me servir
e ainda a juventude se me agarra
como a velha lapa à rocha
lembrando o mar
na fugacidade
da espuma que lhe bate
compreendam-me
tenho ainda os bolsos cheios de perguntas
a possibilidade de falhanço morde-me os calcanhares
como uma sombra e a página branca
a desilusão caminha a meu lado
com o seu olhar para cada inatenção
a fragilidade de uma vida de cristal
adormece no meu peito
escuto a sua tacteante respiração
a insegura caótica curiosidade
das suas mãos um rosto
de impulsos selvagens
ignorante do social que me olha
do seu fundo de furta-cores
mundo a que tenho de dar resposta
eu só quero ter um rosto
nu que o acolha
e oferecer-lhe um coração
forte para a grande aventura
a máscara tem de cobrir-me
o medo por tamanha beleza
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