publicado em inefável 17
eram céus como este que nos cobriam
os passos que tudo aproximam
como duas bocas mordendo o desejo
nos lábios a água da água o coração
deposto rendido ao tempo
livre dos ferros do medo céus
que enaltecem os campos úberes de colza
as variações em verde das florestas
a tua pele com o cobre de primavera
céus aos borbotões a eriçar os pêlos
dos braços em volta do teu ventre
céus por cardar
num novelo de relâmpagos que ensina
o sentido do comum na separação
do fogo céus assim dão ao lobo
as feições do cão e à beleza
sublime reduz o homem à ideia
da moral silenciam-se os pássaros
e nós fazendo coro
de rosto na janela
antes da chegada do dilúvio
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