talvez estejas a enlouquecer
poucos foram os dias que ficaram
livres da cruz onde cai
o teu olhar
submerge-se em lágrimas
que estancas sem notar como transborda
o copo quando o vês seco e vazio
tudo avança dizes contra ti e em tudo
há sinais de uma trapaça para te melindrar
em cada frase o teu nome
e sublinha o carácter frágil com um dedo
acusativo e nada no entanto foi dito
há anos que te acompanho nesta aventura
ao lado da tua sombra e pelos secretos vasos
comunicantes do amor vertes a tua dor
para que te conheça em nome da intimidade
sou quase uma barragem um espelho
d'água nas tuas mãos mas recuso-me
a afogar no teu mar de tristeza
Sem comentários:
Enviar um comentário