eu percebo adormeceram-te
o cérebro precisavam de ti
a docilidade conivente de um invertebrado
o pensamento essa prática
antiga como a leitura de corpos
celestes entranhas o voo de aves
foi relegado pelo prazer
e uma tremenda insaciedade
pelo beijo eléctrico
amedronta-te o real e atando
pelo punho
uma razão de areia
apertas a trama já cerrada
da ilusão desta impermanência
guarda um pouco de tempo
amanhã para ti fecha
os olhos numa rua apressada
vê para lá de tudo
deixa cair uma a uma cada máscara
e se sentires que nem seja
um grama de amor
pelo que te é mais íntimo
isso que está entre e é
a distância sobre a qual essa trama
vela
que és tu e tudo e todos
permite que cresça como um oceano nada
tens a perder senão a areia
por entre os dedos o descerrar
da trama e a ideia de ti
nesse véu
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