domingo, 8 de julho de 2018

soneto dos anos alemães

escrevo ao tempo que se apresse
há 120 horas que não a vejo
num velho postal que se esquece
como nuns lençóis um percevejo

estivemos apartados dias e noites
por batalhas e males de coração
a loucura e a tristeza davam-nos açoites
e a dúvida vinha lamber-nos a mão

digo-lhe ainda o que lá foi passou
era só a amizade que nos faltava
nestas cabeças cheias de vinho

a minha sede porém secou
a fonte sequiosa que me afogava
diz-me tempo o segredo do carinho

Sem comentários: