Steffeshausen
a aurora irisava-se na janela suada
e o zurro de um burro fremia os citadinos
ouvidos desaprendidos do diverso
eis como se ergue uma manhã
separando as águas de um gelo adormecido
segundo o passo do homem e da terra
a noite (a)guarda demasiados silêncios
moradas a habitar pela palavra
nas desoras das vidas aldeãs enquanto
os milagres surgem onde o horizonte
se ilumina na abertura plúmbea da poalha
vê-mo-los ao longe do topo para o vale
presos pela tensão que nos corrói
essa agma no interior de cada corpo
que o amor elogia e escarnica
estar perdido é momentâneo um intervalo na passagem
das horas pelo rosto quando o voltares verás
o olhar do acontecimento de nós
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