(tendo recebido hoje uma prenda maravilhosa da minha amiga marina lópez, de visita a lisboa, pelo meu aniversário no mês passado, apresentarei aqui uma tradução do poema que ela me leu - porque tem a ver com o tema da minha tese - no jardim das amoreiras junto à mãe d'água):
DOIS CORPOS
Dois corpos frente a frente
são às vezes duas ondas
e a noite é oceano.
Dois corpos frente a frente
são às vezes duas pedras
e a noite deserto.
Dois corpos frente a frente
são às vezes raízes
na noite entrelaçadas.
Dois corpos frente a frente
são às vezes navalhas
e a noite relâmpago.
Dois corpos frente a frente
são dois astros que caem
num céu vazio.
in Octavio Paz, Libertad bajo palavra, obra poética (1935-1957), Fondo de cultura económica, sucursal para España, col. letras mexicanas, Madrid, 1990: 43-44.
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