sexta-feira, 4 de maio de 2012

primeira recensão de "primeira viagem"

poderão ler aqui

5 comentários:

je suis...noir disse...

Só elogios:)

Curiosidade: sentiste o que escrevias assim? (como foi descrito, na "primeira recensão"?)

fernando machado silva disse...

olha, sinceramente, não sei o que dizer e entretanto, como muito bem diz o carlos, procuro outros vôos, já muita coisa mudou, começando pela escrita.

je suis...noir disse...

compreendo. mas não andas ainda a fazer apresentações do livro?! como os poemas são declamados, ainda lá está alguma coisa, right?!(não faria muito sentido, pelo menos para mim, estares já noutros vôos e a declamar...)

fernando machado silva disse...

parece-me haver aqui uma pequena confusão, mas posso estar errado. imagino que penses que o carlos alberto machado tenha escrito sobre a apresentação, quando ele escreveu sobre o próprio livro.

contudo, se quiseres falar sobre que ligações se podem estabelecer entre a apresentação e o livro em si - o que lá está escrito - e enquanto ando por aí a apresentar e simultaneamente noutros vôos, posso dizer o seguinte: embora só agora tenha saído o livro estava pronto há pelo menos quatro anos e a sua edição fecha um ciclo, porém, enquanto estava na gaveta, comecei outros projectos, outra vida cruzando aquele ciclo, ora aproximando-se, ora se afastando, como elipses, ou mesmo encadeando-se, anelando-se - projectos, vida (com tudo o que isso implica). de certa forma, talvez, um ciclo nunca realmente se feche, há sempre passagens, transferências que contagiam novas vidas e projectos. o facto dos meus poemas serem uma grande merda, por serem demasiado pessoais - quando agora, parece-me, se aproximam (alguns, não todos) de uma impessoalidade que toque qualquer pessoa que se queira deixar tocar e queira tocar no poema -, por estarem cheios de imagens-memória, afectos, consigo repegá-los (umas vezes melhor, outras pior) e dar a ouvir; eles têm uma certa força, afectam-me de alguma forma, atam-se à minha vida porque nunca um afecto, uma imagem, uma memória é estanque, fechada, mas sempre um circuito aberto que se activa ou desactiva e se transforma. ou seja, eu tenho, forçosamente, de estar sempre aberto, disponível - daí ser capaz de enveredar por outros projectos, procurar mudanças, transformar, por mais pequena que seja a diferença, a minha vida - ao que virá e simultaneamente ser responsável (dar resposta e saber responder ao pedido, dos poemas, por exemplo, daquele livro) pelo que foi.

ainda lá está tudo - tudo aquilo que fui capaz de apanhar naquela altura - mas a vida e a vontade de escrever são bem maiores, pelo que consigo (res)sentir - voltar a sentir, mas também sofrer o seu efeito, como um corpo fica cansado depois de um longo e movimentado dia - o que lá está na devida altura (o da apresentação, da leitura) e fora disso estar em outros vôos.

acho que é isto

je suis...noir disse...

eu tenha percebido:)

mas quando me falaste "do ritual" da apresentação do livro, mencionaste a declamação...que imaginei que fosses tu a fazer...a minha pergunta (adivinhando o que escreveste no comentário) era se não estarias já afastado de mais.

mas já respondeste, de certa forma...

bj