quinta-feira, 7 de abril de 2011

poema de espera com eliot à sombra

houve um tempo(como se ele morresse
para os vivos)onde a vida se pesava
e media numa colher de café. o sorriso
(pequena máscara
expandida ao corpo
começando pelo osso)
era magnânimo audaz traía o tempo. tudo
era sedução um horizonte de possibilidades.
(como o sorriso como sorriso
já longe do mundo redimindo
o furto dos gestos os gastos dos gozos)
na cafetaria herdas uma cadeira vaga
(deixas outra à sombra
do desejo que demora
a sobrevir à ilha que és tu)
frente a tabacarias fartas de jornais
e revistas da actualidade. retalham
as vitrinas a vendedora numa janela
onde se alienou o espaço perpetuamente
assoberbado. eu rasuro a espuma
seca ocupo o tempo ou o mundo
com a técnica e este poema de espera
(onde te encontras
antes e depois e já
nele sem saberes)
doando-nos o futuro.

(versão original aqui)

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