quarta-feira, 13 de abril de 2011

insónia iv

escrevo água e letra
a letra a página
em plena secura

(e por que lado o mundo
se inunda)
o teu corpo mergulhado numa clepsidra
(os pulmões – inspira expira
– o fumo o fogo(de Fukushima)
nova rosa de Hiroshima)
de tantas palavras

(há basto mistério estando vivo
enquanto a terra revela os dentes
oh este afogado inferno
inverno de todos os sorrisos)

o lugar comum de partilha
onde a língua sabe e perdura
a morada à sombra do desejo.

aqui nenhum indício
a criança perdeu-se pelo caminho.

(versão original aqui)

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