encontrei-te, menina, um sapato
boiando na sarjeta, entre o sufoco
de querer falar e ser ouvida.
nos teus olhos de água gelada
iluminavam-se os relâmpagos
de uma tarde de Dezembro.
depois partimos, cabeça
entre o pescoço e clavícula.
eu, com uma barba de trazer por casa,
e tu, com o sorriso de guarda-chuva,
alçámos velas nas nossas pálpebras,
cobertas as pestanas com lírios,
para adormecer e eclipsar
a lua de vergonha.
2 comentários:
:)
obrigado
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