a rapariga, na imobilidade particular da fotografia, parece responder a quem se encontra fora da escrita de luz. olhamo-la, recebemos uma pergunta à questão do nosso olhar. a sua mão suspensa no trinco da porta em convite. procura fundar as suas raízes, futuro de mulher no colar pendido do seu pescoço, pena de ave ao alto num gesto nómada, lenço velando parte do cabelo feminil talvez em respeito a uma religião passada. a porta cobre-se de renda de bilros de uma qualquer Penélope. a palavra esconde-se aí, algures, nela, para ela. uma aranha da Arménia anos mais tarde. o olhar já se perdeu noutro.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
v (a partir da fotografia do cântico do crime)
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